Reportagem do jornalista Maurício Gonçalves, na Gazeta deste domingo, revelou uma fraude contra o INSS, baseada num esquema cruel: crianças recebem falsos diagnósticos para que as mães tenham direito a um benefício da Previdência Social, equivalente a um salário mínimo. O dinheiro também abastece o bolso de intermediários do negócio.
Para que apresentem sinais de retardo mental, meninos e meninas tomam medicamento de uso controlado sem necessidade. Após certo período, a consulta a um médico vai sacramentar o crime. O profissional atesta o problema – e a família começa a receber o Benefício da Prestação Continuada (BPC).
Há várias denúncias, mantidas em sigilo até agora, em poder do Conselho Tutelar em Maceió. A partir delas, o repórter passou a investigar o caso. “Tem uma mulher que já aposentou dois filhos e agora trabalha como intermediária e leva as outras mães para um advogado que ela conhece”, diz Rejane Lemos, diretora do Posto de Saúde da Família, da Vila Brejal.
Pelo que foi levantado, há uma grande rede envolvendo muita gente. Escreve o jornalista: “A reportagem teve acesso aos nomes de três médicos, duas assistentes sociais, duas psicólogas e dois intermediários acusados pelo golpe, mas decidiu não publicá-los, por enquanto, porque o conselho ainda elabora provas contra eles”.
Como se vê, é algo à espera de uma ação firme das autoridades, principalmente do Ministério Público e Polícia Federal – pois o alvo da fraude é o INSS. Mais uma vez e sempre.
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